terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

O convidado surpresa


E então ele amava essa mulher, e a admirava de todo coração. Encontrava nela, o suprimento para inspiração diária, sempre que acordava, sempre que olhava para seu lado esquerdo na cama. Sempre que acariciava seus cabelos negros.


Mas por motivos inexplicáveis, fora do alcance do entendimento do homem - como instituição social. Longe de explicações filosóficas e cientificas. Ele deixou de suportar a dor de vê-la olhando para ele, com os mesmos olhos brilhantes de sempre. Não podia mais retribuir o sorriso de hálito fresco, o mesmo sorriso que ele resistiu pela primeira vez que se viram.


Sem saber quando nem como havia se tornado pesado e enfadonho saber que ela estaria sempre ali. Contando-lhe todos os seus segredos. Mortalha. Morfeu.


Talvez tenha sido um tanto de covardia aceitar tanto tempo e por fim assim, agora. Talvez tenha sido muita coragem aceitar tanto tempo e por fim assim, agora. Talvez ela devesse ter tomado partido para a política anarquista sem suas règles ou talvez “Se eu quisesse, se eu amasse você, é claro que eu teria mudado as suas regras”.


Não sendo a mesma. Tornei-me uma figura de livro, uma vida lida.

Sobre a Carta de Gregoire p/ Sophie

2 comentários:

Edson Nunes / disse...

Minha mente atribulada concretiza desvaneios em forma de conto. Mas, confesso que o conteúdo do seu blog é bem elaborado. Poderíamos até fazer uma parceria, quem sabe!

alice ésse. disse...

oi nc...